Leila Roque Diniz nasceu no dia 25 de março de 1945, em Niterói, Rio de Janeiro, onde passou a maior parte de sua vida.
Formada em magistério, chegou a dar aulas no subúrbio carioca. Como professora aboliu em sua sala a mesa, sentando-se sempre entre os alunos. Leila Diniz fazia a revolução pela alegria.
Sua breve história foi como um terremoto a sacudir os usos e costumes da sociedade brasileira – especialmente nos anos 60, quando ela se transformou no maior ícone da liberdade feminina. O mundo ouvia rock’n’roll, o Brasil irradiava a bossa nova e Leila desafiava, enfrentava, estimulava e divertia os brasileiros com atitudes e simbolismo.
Como atriz, tornou-se musa do embrionário cinema novo, movimento que propunha o rompimento dos padrões estéticos adotados até então – com base forte no modelo hollywoodiano.
Desafiava regras que julgava impostas: era capaz de dizer palavrões em público, dar entrevistas em que revelava preferências sexuais ou trocar de namorado sem dar satisfações a ninguém. Em 1969, em entrevista ao jornal alternativo Pasquim, motivou a lei de censura prévia, apelidada de Decreto Leila Diniz.
Por causa da entrevista que deu ao "Pasquim", acabou sendo perseguida pela polícia política. Leila ficou escondida na casa do colega de trabalho e apresentador Flávio Cavalcanti.
Sua imagem mais célebre, de 1971, na qual posou grávida de biquíni na praia carioca de Ipanema, tinha o ineditismo incômodo que levou-a a ser acusada por feministas de servir aos homens.
A esquerda a considerava artificial e a direita, imoral. Leiluska , como era chamada pelos amigos, saiu de casa aos 17 anos para morar com o cineasta Domingos de Oliveira, que dirigiu o filme “Todas as mulheres do mundo”.
Fez 14 filmes e 12 telenovelas, fora as peças de teatros e outras incursões públicas que marcaram o seu nome em nossa história.
Mais tarde, casou-se com o também cineasta Ruy Guerra, pai de sua única filha, Janaína.
Sete meses depois do nascimento da menina, Leila morreu no acidente aéreo em que o avião da Japan Airlines explodiu perto de Nova Délhi, na Índia. A atriz voltava da Austrália, onde tinha participado do Festival Internacional de Adelaide para promover o filme "Mãos Vazias". Havia antecipado o vôo de volta por causa da saudade que sentia da filha. Mãe devotada, morreu aos 27 anos, no dia 14 de julho de 1972.
Foi encontrado no local do desastre, um diário onde continha diversas anotações e uma última frase: "Está acontecendo alguma coisa muito es..." O final da frase ninguém nunca mais vai saber.
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